O Povo do Livro
Ao longo dos tempos, três grandes religiões - Judaísmo, Cristianismo e Islão - têm-se tratado, ao nível dos Estados, com uma tolerância variável e geralmente fortemente cobrada ou opressiva. No entanto, essa propalada intolerância contrastou durante muitos séculos com a proibição com que encararam a prática de qualquer outra religião nos seus territórios. Para esse facto contribuiu as afinidades entre elas, também de textos sagrados: a Tora, a Bíblia e o Corão. Daí apelidarem-se por vezes como Os Povos do Livro.
Vem isto a propósito da Locus - The Magazine of the Science Fiction & Fantasy Field, no fundo o que a ficção especulativa mais perto tem d'O Livro.
Não O Livro na mesma acepção de texto sagrado, mas sim no sentido de ser um meio privilegiado para tomar constantemente o pulso ao campo e ao seu desenvolvimento.
Fundada em 1968 por Charles N. Brown, o seu editor-reformado-ainda-em-actividade, a revista começou como uma publicação de apoio à candidatura de Boston à Worldcon. Durante todos estes anos, tornou-se uma referência, ao mesmo tempo recusando fechar-se no gueto e assumindo a sua ligação ao género.
A isso ajuda a estrutura da revista. Entrevistas, resenhas, notícias e listagens de livros. O seu maior defeito será o foco primário no mercado anglófono (que, honestamente, continua a ser o coração do género!), o que tenta mitigar com artigos periódicos sobre a actividade editorial e do fandom de outros países pelo mundo (Israel, Brasil, Bulgária, México, etc). E todos os anos, no número de Fevereiro, o balanço do ano anterior e uma lista das obras a ter em consideração.
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