O Doutor
Armas de destruição maciça imaginárias usadas como pressão para a ONU autorizar uma guerra interplanetária? AH! A sci-fi não fica melhor do que isto!Nunca me senti muito atraído para a corrente de sci-fi humorística britânica. E a estética e caracterização de séries como Red Dwarf e Dr. Who ainda fizeram mais por me afastar desse género, do qual fui sentido apenas a influência em séries como Farscape.
Salvavam-se, até hoje, na literatura, os momentos geniais de Douglas Adams na série que começa com À Boleia pela Galáxia.
Mas, felizmente, há um novo Doutor na cidade.
Criada em 1963 e emitida pela BBC até 1989, Dr. Who só não será mais conhecida porque é britânica e não norte-americana. Centrada numa misteriosa personagem, apenas conhecida como The Doctor, um viajante do Espaço e Tempo, a série teve várias encarnações ao longo da sua história, assim como vários actores (10 até agora) para a personagem principal (um facto que foi também integrado na própria narrativa da série - informações detalhadas, aqui).
Após 1989, a BBC fez várias tentativas para relançar a série, o que acabou por acontecer em 2005 pela mão da BBC Wales.
Tendo ouvido falar bastante bem da nova série, resolvi dar uma olhadela.
Apesar do primeiro episódio ser um pouco... periclitante para o meu gosto (manequins a ganhar vida?!), sente-se que é carregado pela força dos actores (principalmente os protagonistas, Christopher Eccleston e Billie Piper). No segundo episódio, uma viagem aos últimos momentos do planeta Terra, começa a revelar-se um argumento de qualidade e a personalidade própria da série.
O terceiro episódio, The Unquiet Dead, é uma excelente short story, com Charles Dickens como figura histórica "convidada". Mais uma vez, fosse a série norte-americana e certamente este episódio venceria o próximo Hugo na categoria Best Dramatic Presentation - Short Form.
Os episódios 4 e 5, duas partes da mesma história, são puro divertimento com uma mensagem política muito forte (e daí saiu o meu comentário inicial).
Infelizmente esta nova série não está numa televisão perto de nós, mas já se pode importar a primeira temporada em DVD (em exibição está a segunda temporada, com um novo Doutor, David Tennant).
Por mim, não vou perder as aventuras deste (apenas na aparência) estouvado alienígena e da sua companheira humana, transportados pela nave Tardis (na fotografia - sempre presente sob o disfarce de uma cabina policial dos anos 50) pela imensidão do Espaço e Tempo.
PS: A primeira temporada começou há pouco a ser transmitida nos Estados Unidos, através do Sci-Fi Channel. Ainda existe uma esperança para o Hugo!
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