Edita-me: História de uma Antologia
Agora que a tempestade parece ter amainado, será a melhor altura para uma análise mais extensa sobre a Antologia Talentos Fantásticos, resultado de uma iniciativa promovida pela Edita-me.
Como pôde ser testemunhado pelo número de posts e paixões que este assunto despertou, no fórum BBDE e em inúmeros blogues, o assunto de simples não tem nada. E, (imagino) para desespero dos autores incluídos, a discussão acabou por resvalar mais para questões de forma do que de conteúdo. No entanto, do meu ponto de vista de leitor, ainda mais fã do género fantástico, e de observador das movimentações promocionais e editoriais que ocorrem em Portugal, há vários apontamentos sobre a forma como decorreu este processo que não posso deixar de abordar. Falarei mais à frente de parte do conteúdo, não porque essa componente é menos válida (bem pelo contrário), mas porque algumas das objecções quanto à forma reflectem-se substancialmente no resultado final obtido com esta antologia.
Desde o princípio me mostrei céptico quanto ao anúncio do concurso "Novos Talentos Fantásticos". As razões eram básicas, e estavam bem claras no próprio regulamento:
- A ausência de definição prévia do prémio ("Os vencedores em cada uma das categorias receberão um valor pecuniário a ser anunciado pela Edita-Me");
- Ser obscuro o destino final da iniciativa, ainda para mais com a indicação de um número mínimo de candidaturas para que a iniciativa tivesse seguimento ("Os seleccionados poderão ver a sua obra publicada numa antologia subordinada ao tema do Fantástico, caso haja um mínimo de 50 candidaturas seleccionadas"), o que parecia indicar que o concurso, ao contrário de incluir os vencedores numa antologia já constituída pela editora, se destinava a criar um volume formado estritamente pelos tais "seleccionados" do concurso;
- Ter uma definição de Fantástico algo atabalhoada e mal-informada ("O Fantástico pode ser entendido como uma abordagem ficcional ligada a personagens como fadas, feiticeiras, vampiros, lobisomens, monstros de qualquer espécie, Deuses, gnomos, gigantes, sereias, extra-terrestres ou outras entidades não humanas.");
- E possuir um júri de funcionários da própria editora ("O júri é composto por 3 elementos da editora, pertencentes aos departamentos editorial, revisão e gráfico.").
Conhecendo muitos casos de auto-apelidadas editoras que, preferencialmente através da internet, têm protagonizado vários "esquemas" que pouco mais têm ido que de captação pouco ética de clientes para serviços pagos de edição até escandalosas burlas, a falta de clareza deste regulamento causou-me alguns calafrios.
Nos últimos tempos têm crescido exponencialmente a oferta de empresas que têm mais em comum com as tradicionais lojas de fotocópias do que com as editoras às quais roubam a designação. Neste quadro, esta iniciativa da Edita-me pareceu-me ser mais um esquema de captação de futuros clientes, para serviços de edição "a soldo".
Entretanto, com o concurso já a decorrer, foi anunciado que o prémio seria um computador portátil para cada categoria, com o apoio de uma empresa informática, e que o anúncio dos premiados seria feito numa festa do dia das bruxas. Findo o concurso, o mesmo foi dado como um sucesso, com 113 participações.
Perante o número de participantes, a editora decidiu aumentar o júri para 5 membros, e "refinar" os critérios de selecção. Sobre a antologia, prefiro citar o que foi publicamente anunciado pela editora:
Por fim, mas não menos importante, veio a questão da inclusão dos trabalhos na Antologia que resulta – conforme anunciado – da compilação dos trabalhos a concurso.
Começamos com a ideia de que todos os trabalhos que nos haviam sido enviados e que não haviam sido excluídos do concurso, entrariam nessa mesma antologia.
No entanto, com a construção da mesma, fomo-nos apercebendo da impraticabilidade deste nosso propósito, pois tal iria resultar num livro com cerca de 800 páginas, o que seria impraticável, quer a nível de custos, quer a nível logístico de manuseamento do próprio livro.
Assim sendo, vimo-nos forçados a adoptar o critério de “nota positiva”, ou seja, serão incluídos na Antologia, todos os trabalhos que no final, obtiveram classificação igual ou superior a 50%.
Apresentamos as nossas desculpas a todos os que não irão ver os seus trabalhos na mesma, mas penso que compreenderão que era necessário adoptar um critério e este, foi o que acabou por nos parecer “mais justo”.
Ou seja, afinal a definição "seleccionado", que não tinha sido elucidada no regulamento, equivalia a "não excluído". Ora, consultando de novo o regulamento, somos informados que os critérios de exclusão previstos se referem apenas a casos de plágio ou de publicação prévia da obra. O que pouco abona em favor de uma iniciativa que tanto ênfase tinha publicitado quanto a critérios de qualidade. E, mais uma vez, nenhuma palavra sobre direitos de autor.
Vinte dias após o fim do concurso, e a uma semana do anúncio dos premiados, a Edita-me sentiu-se na obrigação de fazer alguns esclarecimentos públicos perante as interrogações dos participantes. E, nem tudo eram boas notícias:
Finalmente fala-se de direitos de autor. Mais precisamente, 10% sobre o preço de capa para o conjunto dos 80 autores. Mesmo ultrapassando a incredulidade perante uma percentagem tão mínima numa edição que basicamente é vendida através do site da Edita-me e que custa pouco mais de 1 euro de portes para fazer chegar aos leitores (ficando a Edita-me livre de pagar a grande fatia que geralmente é exigida pelo distribuidor), há um segundo choque. Afinal, esses "direitos de autor", por gerarem apenas 2.5 cêntimos/livro para cada autor, serão atribuidos em forma de desconto na compra de exemplares da obra... e com a validade de um mês. E ainda se exaltam as vantagens para os autores:
Por outro lado, possibilitando aos autores adquirir mais do que um exemplar com o referido desconto (que poderão “revender” pelo PVP de 20€) está o autor a multiplicar o seu “ganho em direitos de autor” sem que tenha de estar dependente das vendas efectuadas, nem aguardar 1 ano por ele.
Pensamos que assim, encontramos uma forma mais eficaz e por ventura mais rentável para os autores, de atribuição dos direitos de autor.
Rentável será sem dúvida, mais ainda para o editor, que passa a ter no autor, para além de uma fonte gratuita de conteúdo, e mais do que um representante comercial, no fundo um investidor financeiro. E, para que esta função de vendedor seja mais incentivada, anuncia-se que os autores não terão direito sequer a um exemplar da antologia grátis por serem contribuidores. O argumento é, por serem 80 autores, o custo de um exemplar por autor seria incomportável para a Edita-me. Verdade, mas imagino que não menos verdade se se tratassem de 50 autores, os inicialmente projectados.
Para quem está familiarizado com o meio editorial, e até o meio amador, será forçoso o espanto. Mesmo as edições em papel mais amadoras pagam, se não em dinheiro, pelo menos em exemplares. Essencial é que, havendo uma publicação à venda, que gere receitas, os participantes sejam recompensados pelo seu trabalho, sem que para tal tenham de dar algo adicional ao editor (muito menos dinheiro!) para além de já terem fornecido as suas obras.
Ora, para mim, torna-se lógica uma conclusão nesta altura. Que a meta de 50 autores foi colocada por ser esse o patamar necessário para que, sendo expectável que cada autor quereria ter, no mínimo, um exemplar da obra em que tinha sido publicado, esses 50 exemplares vendidos seriam só por si capazes de assegurar à Edita-me a edição com lucro dessa obra. No fundo, pouco diferente das editoras que pedem aos candidatos a autores uma comparticipação nos custos de produção. Não é isso que o torna substancialmente diferente, sendo à entrada ou à saída. Assim como não é diferente pedir 1500 euros para editar o romance de um autor ou 20 euros a 80 autores pela sua participação numa antologia (se fizermos as contas, até sairá mais rentável a segunda, até porque no primeiro caso geralmente o autor recebe alguns exemplares "grátis" da obra que financiou abertamente!). O risco da Edita-me é ilusório, quer seja através de uma impressão-a-pedido (POD), sem necessidade de stock, ou através das encomendas dos participantes (e dos seus familiares e amigos), claramente interessados em ver a sua obra em papel, ao ponto de concorrerem a um concurso com regras dúbias.
No meio disto tudo, falta ainda referir o que poderá ser a margem de lucro desta antologia. Antologia que chega ao leitor a 20.00 euros, um custo elevado para qualquer livro, mais ainda quando é constituído por autores desconhecidos. Calculando grosseiramente, e penso que por excesso, colocaria o custo de produção do livro em 5 euros, mais os 3 euros apontados no site como custos de envio (mas que segundo a postagem dos CTT se resume a 1.04 euros!), obtemos 8 euros. Se o júri era constituído por funcionários da empresa, acredito que esses custos desta rápida iniciativa (3 meses entre lançamento do concurso a anúncio de vencedores) se diluam no normal funcionamento da mesma. Com os autores, na verdade, não há qualquer custo. Para "lucrarem" 2 euros, estão a dar sensivelmente, eles próprios, 10 euros a ganhar à Edita-me. Com a agravante de poderem ser eles a ficar com stock parado, caso sigam a sugestão da Edita-me de "potenciarem" os seus ganhos!
Assim, parece poder retirar-se que a rentabilização desta antologia, obviamente legítima do ponto de vista de qualquer editor/promotor, foi planeada desde início de forma a ser grandemente, se não totalmente, baseada nos próprios autores. O que, a ser verdade, se afigura pouco ético! Se não o foi, resta a pergunta do porquê dos autores beneficiarem de tão poucas vantagens (porque não um maior desconto, porque não sem limite de tempo, porque não maiores % sobre o preço de capa, etc).
Afinal, se o papel de uma editora é dar lucro, não o será também de se assegurar que os seus autores sejam convenientemente recompensados, além de ter o papel de proporcionar ao leitor-comprador o melhor produto possível?
Aliás, é precisamente como leitor que tenho ainda outro problema. Sendo um concurso que se publicitou como estando atento à qualidade, tendo no júri um elemento do departamento de revisão da própria empresa, causa-me alguma estranheza que o produto final não tenha sido objecto de uma revisão apropriada; pelo menos para eliminar os erros mais básicos de ortografia que os autores deixaram passar. Perante este custo final da obra, acho que nós, leitores, mereciamos pelo menos isso. Assim como os autores mereciam que o seu trabalho fosse assim tratado.
E perante tudo isto, estando a obra produzida, o que fazer como comprador?
Assisti a várias pessoas a afirmar que, perante este cenário, não compactuavam com estes esquemas, recusando-se a comprar a obra. Outros sublinharam a falta de oportunidade de avaliarem in loco a publicação (o que o anúncio de estarem disponíveis em 3 livrarias do Porto e 2 livrarias de Lisboa se afigura de distribuição incipiente para colmatar). Creio ter notado nas intervenções de alguns dos autores um desalento por estarem os trabalhos a serem "engolidos" por tamanha polémica. Não faltaram também pessoas a apontar que os mesmos não teriam nada a queixar-se, já que tinham "embarcado" em tal viagem voluntariamente.
Pesado tudo isto, decidi-me por adquirir a antologia.
Mas gostaria de chamar a atenção, principalmente aos autores participantes, que não sou um leitor comum, dado o meu grau de interesse por tudo o que envolve o Fantástico em Portugal. De outra maneira, dificilmente a teria encomendado!
Agora que tive oportunidade de fazer um pouco mais que simplesmente folheá-la, gostaria de tecer alguns comentários mais específicos, centrados principalmente nos contos mais bem classificados; o que também obrigará a algumas referências ao processo de avaliação. Isso, por questões de espaço, e consideração pelos autores, será abordado no post seguinte...
PS: Chama-se a atenção para a caixa de comentários, onde o editor da antologia forneceu alguns esclarecimentos e sugeriu algumas incorrecções ao presente post.
7 Comments:
Caro Rogério,
Antes de mais, agradeço quer a forma “esclarecida” com que efectuou estas análises, quer a isenção com que as levou a cabo.
E antes de encetar qualquer outro tipo de comentário mais específico, apenas quero deixar a minha convicção, de que, se as pessoas se tivessem preocupado em primeira mão, em saber quem é a Edita-Me e em que moldes funciona, ao invés de estabelecer paralelos e por via disso, aplicar-lhe “carimbos”, metade do que se passou não teria acontecido.
Quanto ao primeiro post, “Edita-me: História de uma Antologia”, cumpre-me dizer-lhe que o mesmo contem xx incorrecções:
1. “- Ser obscuro o destino final da iniciativa”
Este é se calhar, um dos pontos que não foi bem interpretado, quer por si, quer por outros concorrentes.
A publicação de uma Antologia, não era o objectivo final do concurso!
E por isso, foi informado nos regulamentos que tal SÓ aconteceria, se existissem no mínimo 50 trabalhos que revelassem “qualidade” para tal.
O regulamento começa precisamente com a declaração de qual seria o objectivo, leia-se:
“Este concurso, organizado pela nova editora Edita-Me, pretende captar talentos com gosto pelo tema do Fantástico, abrangendo as áreas da prosa, poesia e ilustração.”
(E, estou convicto, que foi devido precisamente a este objectivo, que houve quem apressadamente se adiantasse a (des)classificar, quer a iniciativa, quer a editora.)
Tal é tão verdade, que iniciamos já os contactos com os autores que pensamos ser mais promissores. Chamo a atenção, que não são necessariamente os vencedores ou melhores classificados.
Como disse no evento de entrega dos prémios, este era um concurso, com regras e critérios de avaliação, que foram seguidos por 5 pessoas distintas, das mais diversas áreas.
Não reflecte necessariamente a minha opinião, enquanto editor. E por isso, foi feita durante o evento uma menção honrosa.
2. “- Ter uma definição de Fantástico algo atabalhoada e mal-informada”
A definição de Fantástico, foi desta forma, porque se pretendia que a mesma fosse o mais abrangente possível.
Como já declarei publicamente, pretendia uma análise, independente e não “pré-formatada” de fantástico. Daí esta definição quase “indefinida”.
(continua...)
(...continuação)
3. Vários
O inicio deste ponto, vem precisamente de encontro à minha declaração inicial. Os paralelismos estabelecidos com outras editoras e os julgamentos prévios sem conhecimento de causa.
Há aqui uma confusão entre “seleccionado para entrar na Antologia” e a definição inicial de “seleccionado para efeitos de validação de participação” no concurso, presente no regulamento do mesmo, que penso, importava que o Rogério a corrigisse.
Como disse no ponto 1, a edição da Antologia não era o objectivo do concurso.
“Calculando grosseiramente, e penso que por excesso, colocaria o custo de produção do livro em 5 euros, mais os 3 euros apontados no site como custos de envio (mas que segundo a postagem dos CTT se resume a 1.04 euros!), obtemos 8 euros.”
Em primeiro lugar, gostaria de lhe pedir, que não faça este tipo de “cálculos”, pelo menos publicamente, relativamente ao custo de produção da Antologia. Apenas lhe digo que 5€ não corresponde nem a metade do custo real apenas de gráfica! Por isso, agradecia que não mencione valores dos quais não tem real conhecimento.
Mais, no site da editora, os 3€ não são apontados como custos de envio! Os custos de envio, são por nós suportados. Quem optar por pagamento via transferência bancária, não paga os referidos 3€, referentes sim ao serviço de cobrança dos CTT!!!
“Se o júri era constituído por funcionários da empresa, acredito que esses custos desta rápida iniciativa (3 meses entre lançamento do concurso a anúncio de vencedores) se diluam no normal funcionamento da mesma. Com os autores, na verdade, não há qualquer custo.”
Uma vez mais, está a falar de valores (e formas de trabalho) que desconhece. A Edita-me, como editora que está a iniciar o seu percurso enquanto tal, trabalha com colaboradores “à tarefa”. Logo, só por aqui, penso que será possível aperceber-se do quão errado está este seu juízo.
“causa-me alguma estranheza que o produto final não tenha sido objecto de uma revisão apropriada; pelo menos para eliminar os erros mais básicos de ortografia que os autores deixaram passar.”
Quanto a este ponto, deixo-lhe uma questão: Agora que já possui o livro e o está a ler, quanto erros desses básicos de ortografia encontrou?
A questão fundamental é esta: Qualquer autor que queira editar pela Edita-Me, sabe que um dos pontos basilares da editora, é que nenhuma obra é editada sem ser objecto de revisão profissional. Ponto sem qualquer margem de discussão. Caso o autor assim não o pretenda, seja qual for o motivo invocado, simplesmente não edita a sua obra pela Edita-Me.
MAS uma revisão, não é a simples correcção de erros ortográficos! (conforme penso que muito bem sabe) Porque esses, foram revistos.
O que não foi feita, foi uma revisão aos restantes níveis (morfológico, gramatical, etc…) pois sendo a “Utilização correcta em termos ortográficos e gramaticais e de pontuação” um dos critérios de avaliação, e pretendendo a Antologia, não ser mais do que a publicação dos trabalhos a concurso, assim pensei ser o mais correcto.
Este será de todos, eventualmente um dos pontos a alterar numa próxima iniciativa similar.
Chamo no entanto a atenção para o seguinte:
Os contos “Crónica Extra-Terrestre”, “Dois mais Meio igual a Um”, “Fim de Relacionamento”, “Não Jogue com A Morte”, “O Abduzido”, “Vermelho” e a poesia “Homo divinus”, pertencem a autores brasileiros, para os quais, optamos por respeitar a sua forma de escrita e ortografia.
Por fim, termino como comecei, felicitando-o pela análise (aliás por mim próprio também solicitada) e pela forma imparcial com que a levou a cabo.
Cumprimentos,
Carlos Lopes
Caro Rogério,
Gostaria apenas de acrescentar a este assunto que a definição de literatura fantástica que aparece no Prémio Bang, no site da editora Saída de Emergência, está muito longe duma definição completa:
Passo a citar:
"O Prémio Bang! para Literatura Fantástica, instituído pela editora Saída de Emergência, é um prémio anual e pretende divulgar obras portuguesas dentro do género denominado literatura fantástica. A literatura fantástica inclui géneros tão diferentes como a fantasia, a ficção científica, a história alternativa, o horror ou o realismo mágico."
Não posso concordar que pessoas que trabalham para esta editora venham nomear, publicamente, outras como 'pseudo-editoras'.
Neste momento, como autora e apreciadora do género fantástico, sinto-me completamente desiludida com tudo isto que aconteceu.
Estou cansada de 'guerras', por isso escolho não me identificar.
Entendo perfeitamente, caso não tenha em conta a minha opinião.
Boas leituras.
Não tenho por hábito comentar opiniões de anónimos. Mas, neste caso, abro uma excepção. Provavelmente pela forma educada como colocou as suas observações.
O que apontei à definição de fantástico do concurso da Edita-me, foi colocado no sentido estrito; não em comparação com outra qualquer definição.
Sendo assim, não tendo eu tido nada a ver com o Prémio Bang!, quer na sua génese quer na sua execução (fui editor da revista Bang!, é verdade, mas na sua encarnação em papel. Quando fez a transição para formato digital, cessei a minha colaboração - aliás, aproveito para esclarecer que o facto do meu nome surgir na ficha técnica da primeira Bang! digital foi um erro, provavelmente de copy&paste! Da mesma forma, nunca estive envolvido na colecção do mesmo nome, de onde surgiu o Prémio), dificilmente me lembraria de comparar as duas definições.
No entanto, já que a refere, posso dizer-lhe que até me parece mais aplicável. É suficientemente abrangente, não havendo muito que caia no âmbito da literatura fantástica e que não esteja nos sub-gêneros indicados (ainda assim como exemplo).
Já a definição do concurso Edita-me, quanto a mim, peca por ser reducionista, demasiado concentrada em enumerar personagens. Daí o meu comentário.
Quanto a guerras, também as dispenso. Como deve ter visto pelo restante conteúdo do blog, e especialmente andar presentemente a lançar as Conversas Imaginárias, acho que ainda há espaço para fazermos evoluir o género fantástico de uma forma construtiva.
E voltando à questão do anonimato, seria um prazer que passasse a identificar-se. Ganha mais perante quem a quer ouvir, e consigo argumentar, e, quanto aos que lhe fizerem guerra, tem sempre a prerrogativa de os deixar a falar sozinhos. ;)
Cumprimentos,
Rogério
Caro Rogério,
Agradeço a sua resposta.
Gostei especialmente desta parte: "...acho que ainda há espaço para fazermos evoluir o género fantástico de uma forma construtiva."
Gostei de conhecer o seu blogue.
Voltarei, devidamente identificada.
Cumprimentos
Cara anónima,
Preferia que me fizesse este comentário...
"Não posso concordar que pessoas que trabalham para esta editora venham nomear, publicamente, outras como 'pseudo-editoras'."
...no meu blogue, do que me obrigar a ir a blogues de terceiros para me defender, mas já percebi que pretende optar pelo anonimato porque está cansada de guerras. Então imagine como eu me devo sentir, eu que não me posso dar ao luxo nem quero de anonimato.
A definição de fantástico do infame prémio Bang! engloba géneros, o que permite dar mostras da diversidade da nomenclatura. A definição da edita-me faz um apanhado de criaturas mitológicas e enfia-as todas no mesmo saco. Nenhuma é perfeita, concordo, mas acho que a do Prémio Bang! aparenta saber do que fala...
E volto a dizer, e isto é para todos: quando falo no meu blogue, não falo em nome da Saída de Emergência. Muito antes de eu trabalhar para a SdE, já eu fazia trabalho de divulgação para o género fantástico, já eu sabia o que era uma vanity-press e as desprezava, e já eu era o bicho papão que sou agora a criticar DE FORMA FUNDAMENTADA. Se me consideram parcial por estar actualmente a trabalhar para a SdE, paciência, mas nunca em lado nenhum me viram a fazer uma afirmação que fosse que não tivesse sido baseada em factos. Eu não me exponho em público desta forma baseando-me em especulação, má intenção ou difamação. Não conheço o editor de lado nenhum, e até este Verão, nunca tinha ouvido falar na "edita-me" sequer. Podem inventar as teorias de conspiração que quiserem mas a verdade é que estes esquemas devem ser expostos pelo que são, meros esquemas, e não edição.
Cumprimentos,
Cara Saafa Dib,
Eu achei a sua crítica fundamentada e pertinente. Não vou dizer que concordo com tudo o que escreveu, mas enquanto anónima perco a legitimidade para argumentar.
Apenas penso, que enquanto profissional de uma editora, a sua crítica perde a imparcialidade. Poderia ter feito a sua crítica e fundamentá-la sem ter 'nomeado' nenhuma editora em concreto.
Peço desculpa por fazê-la vir até aqui.
Desejo-lhe um bom trabalho e agradeço a sua resposta (sem qualquer tipo de ironia).
Cumprimentos
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