Monstro - Resenha
Este Monstro sugere uma encruzilhada nas capacidades da autora, Catarina Araújo, a própria obra apresentando-se como um híbrido: a meio caminho entre uma aventura juvenil e um segundo nível de leitura bastante mais adulto. A habilidade com que a autora lida com ambos os registos, - apesar da forma como se acabam por atropelar mutuamente, principalmente na segunda metade do livro -, faz esperar uma grande evolução nas próximas obras, nomeadamente nos dois restantes tomos anunciados nesta série d’A Guerra das Sombras. Mas, para além desse espaço aberto para melhoramento (ou deverei dizer refinamento), este primeiro livro da série é suficientemente indicante para aconselhar a sua leitura.
Esta é a história de Tomás Lobo, de 12 anos, que terá de enfrentar os seus medos mais perturbadores; e que ainda são bastantes. O maior deles, o da existência de monstros, irá revelar a sua força, tanto em termos figurativos como literais.
Uma lenda, um segredo familiar, artefactos exóticos, sociedades ocultas, crimes misteriosos, vários são os elementos que fazem a história avançar, em paralelo com factores mais mundanos.
Por um lado, este livro lida com aspectos próximos à infância e adolescência da maioria dos leitores, independentemente do tempo que dista dessa fase: relação com os adultos, bullying escolar, excesso de imaginação, receio de alienação, a descoberta dos afectos, etc. E aqui Catarina Araújo conseguiu imprimir à personagem principal, Tomás Lobo, uma credível paleta de emoções e reacções, ao ponto de certamente conseguir induzir a empatia quer dos leitores que passam presentemente por isso como pelos que guardam tais acontecimentos na memória. Acresce a isso que, para estes últimos, o texto está pejado de pequenos comentários mais profundos, adornando-o com outro grau de entendimento.
Por outro lado, alguns elementos puxam o texto para uma visão mais infantil do mundo; o que se num primeiro momento concede à narrativa uma enriquecedora multiplicidade de pontos de vista, depressa, com a crescente preponderância desse registo, arrasta a obra para um tom infanto-juvenil que estraçalha quase toda a verosimilhança adquirida até aí. Nomeadamente, o comportamento e diálogos da personagem Ruben tornam-se, no mínimo, caricaturais, para não dizer pior.
De qualquer forma, mesmo a obra não mantendo a saudável dualidade de registos até ao final, é na essência um livro de colocação juvenil, e nisso terá cumprido cabalmente a sua tarefa, mesmo com o deslize tardio para o infantil. E aqui, ignorando por momentos as inconveniências dessa inconsistência, com sorte estaremos perante o vislumbre de uma jovem escritora, já não uma estreante, à procura da sua voz própria. Voz essa que, pela qualidade de algumas das linhas e entrelinhas, só pode fazer esperar muito mais no seu futuro. Quem sabe, já com Mutante e Alienígena.
Esta é a história de Tomás Lobo, de 12 anos, que terá de enfrentar os seus medos mais perturbadores; e que ainda são bastantes. O maior deles, o da existência de monstros, irá revelar a sua força, tanto em termos figurativos como literais.
Uma lenda, um segredo familiar, artefactos exóticos, sociedades ocultas, crimes misteriosos, vários são os elementos que fazem a história avançar, em paralelo com factores mais mundanos.
Por um lado, este livro lida com aspectos próximos à infância e adolescência da maioria dos leitores, independentemente do tempo que dista dessa fase: relação com os adultos, bullying escolar, excesso de imaginação, receio de alienação, a descoberta dos afectos, etc. E aqui Catarina Araújo conseguiu imprimir à personagem principal, Tomás Lobo, uma credível paleta de emoções e reacções, ao ponto de certamente conseguir induzir a empatia quer dos leitores que passam presentemente por isso como pelos que guardam tais acontecimentos na memória. Acresce a isso que, para estes últimos, o texto está pejado de pequenos comentários mais profundos, adornando-o com outro grau de entendimento.
Por outro lado, alguns elementos puxam o texto para uma visão mais infantil do mundo; o que se num primeiro momento concede à narrativa uma enriquecedora multiplicidade de pontos de vista, depressa, com a crescente preponderância desse registo, arrasta a obra para um tom infanto-juvenil que estraçalha quase toda a verosimilhança adquirida até aí. Nomeadamente, o comportamento e diálogos da personagem Ruben tornam-se, no mínimo, caricaturais, para não dizer pior.
De qualquer forma, mesmo a obra não mantendo a saudável dualidade de registos até ao final, é na essência um livro de colocação juvenil, e nisso terá cumprido cabalmente a sua tarefa, mesmo com o deslize tardio para o infantil. E aqui, ignorando por momentos as inconveniências dessa inconsistência, com sorte estaremos perante o vislumbre de uma jovem escritora, já não uma estreante, à procura da sua voz própria. Voz essa que, pela qualidade de algumas das linhas e entrelinhas, só pode fazer esperar muito mais no seu futuro. Quem sabe, já com Mutante e Alienígena.
16 Comments:
Este comentário foi removido pelo autor.
Com menos tecladas que as que gastaste neste comentário terias obtido essa informação através de uma pesquisa óbvia no google.
Mas pelos vistos tens a necessidade patológica de dar um arzinho da tua graça, tão comum em maus carácteres e outros feitios com falta de vergonha na cara.
Já agora, obrigado pelos insultos que me dirigiste; ao menos todos puderam assistir, pela tua própria pena, ao tipo de escroque que consegues ser.
E agora vai pastar para outra freguesia, Ricardo.
A gerência agradece!
É o que dá não mandar à merda certas pessoas quando as temos mesmo em frente e a jeito... Continue a fazer críticas e a dar destaque às "revistas" destes sujeitos que eles ainda lhe agradecem desta forma. O que estava à espera de frequentadores de "putedo"? (E este em particular parece que frequenta muito ali as esquinas da Conde Redondo e da Duque de Loulé...)
Eu até ficaria admirado se o caro anónimo não viesse cá participar do fogo-de-artifício! ;)
Mais uma vez temos uma diferença de opinião, quiçá ainda mais de estilo.
O conteúdo é uma coisa, as pessoas ligadas ao projecto outra bem diferente. Ambas serão tratadas com, por um lado, a atenção devida, e, por outro, a tolerância (zero) merecida.
Rogério
O que o anónimo lhe pode dizer já é que não devia ter retirado o comentário do nosso querido "putanheiro": fica assim sem uma prova do baixo nível de carácter que imputa (e com razão) ao sujeito, e ficam os leitores do blogue sem essa prova também.
Vá ler o que diz lá:
"Esta mensagem foi removida pelo autor"
Pelo autor do post, não pelo gestor do blog! Ou seja, foi o próprio Ricardo Loureiro que apagou o seu post, não eu.
Aqui não se faz censura, cada um que assuma (ou não) as suas atitudes.
Rogério
I stand corrected. Pronto, mais uma prova do baixo nível de medula óssea do nosso leitor das páginas de "meninas/os" do Correio da Manhã... Pensar que a administração pública alberga gente desta...
Se o caro anónimo está assim tao preocupado. Sim fui eu que apaguei. Mandaram-me pastar e eu assim fiz. De qualquer forma só perguntei qual a editora.
e isso conseguindo não utilizar a palavra "putedo"! Brilhante, os electrochoques estão a começar a fazer efeito!!!
Esta conversa já está um pouco aborrecida e redundante, mas cá deixo eu a minha opinião.
O Sr.(a) Anonimo(a) bem que podia aproveitar os 2€ que poupou (ou não) na não compra da Fénix para comprar uma identidade, ficava-lhe bem e dá muito jeito.
Por outro lado, digo só isto (e não vou explicar): para quem não queria que se mexesse muito na "merda", bem que se rebola muito nela.
E quanto ao "putedo", fico admirada com o choque do caro anónimo em relação ao uso do termo. Porventura já leu a antologia do Barreiros? Ou anda atento ao tratamento que vários ilustres do Fandom tem uns com os outros, é que se não, o uso da designação de putedo é pouco em comparação.
Nota: Ahaaaa, aquilo passou-se mesmo? E foi num Fórum Fantástico? Muito bom!!!! Hehehehehehe
A Marcelina von Holstein não devia andar a limpar as teias de aranha no castelo? Ou a mandar o Igor limpar? Belo trio: o casal bávaro e o "putanheiro"... Que mais nos sairá na rifa vindo desse triunvirato?
Esta Marcelinha é uma parvinha, valha-nos Santa Frígida...
Marcelina,
Que não se confunda a minha ausência de censura aos comentários aqui no blog com a não preservação de certas coisas.
Uma delas, como a própria Marcelina pôde constatar pessoalmente este ano, é o clima tolerante com que decorre o Fórum Fantástico, mesmo em relação a pessoas que em relação a ele têm atitudes menos próprias.
Ao menos aí, que se preserve o respeito pela comunidade, que claramente vai fazendo tanta falta aqui na net. Por isso, agradecia que o FF não se tornasse factor envolvido nesta questão, porque dela está totalmente alheado.
Cumprimentos,
Rogério
Rogério,
Não me vou alongar, porque não estou para estes bate-bocas parvos. Refiro apenas que a minha nota vem referente a este comentários:
Anónimo disse...
E um tipo que chama num texto "putedo" às pessoas que se reúnem no Forum Fantástico (...)
11/26/2010 9:10 PM
Por isso Rogério, referi o FF porque foi mencionado anteriormente. Nem imaginava que aquele texto era referente a algo que se tinha passado lá.
Cumprimentos,
Marcelina
Sobre trio, anónimo, nem todos temos os seus hábitos. Mais uma vez afirmo que terei um enorme prazer em o fazer sentir o frio do Norte, basta que tenha um pingo de ... .... ...
Marcelina,
Só percebi do que estava a falar quando percebi que está a fazer referência a algo num outro post, não neste.
Não, nem aconteceu, e muito menos aconteceu no FF. A confusão na sua cabeça parece ser cada vez maior. O facto de cada vez perceber menos o sentido daquilo que publicou no fanzine mostra no que dá fazer as coisas com base na ignorância. O facto de ainda ter reagido dessa forma congratulatória ao pensar que a crónica poderia minimamente corresponder à realidade mostra que afinal continua sem fazer a minima ideia do que se passa.
Faça um favor a todos, peça ao autor do texto que a esclareça! Já era tempo!
Se reparar bem no comentário do anónimo, refere-se a algumas pessoas que assistem ao FF, não a algo relacionado directamente com o evento. Desculpe acabar com a sua festa!
Cumprimentos,
Rogério
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