Foi você que pediu uma série de FC a sério?
Se disser que a série original da Battlestar Galactica foi um dos meus fascínios de infância, nem vale a pena dizer qual a minha idade.É inevitável que olhe para a série original com um sorriso bem-disposto. Pelos anos que já passaram; pelo aspecto datado de cenários, guarda-roupa, dos desajeitadamente mecânicos cylons; pelo argumento linear de FC militarista.
Cerca de vinte anos depois do original, o canal SciFi lançou-se em 2003 na empreitada de relançar o conceito. Talvez por intervenção dos Deuses de Kobol, o resultado está muito longe do que se poderia esperar!
Quem tenha visto o episódio piloto da primeira época, exibido há poucos meses na SIC, terá reparado que a essência da história se manteve, mas que os personagens foram imensamente modificados.
Ok, já todos devem saber a celeuma que foi criada à volta do facto do Starbuck ser agora uma mulher. Meus caros, engulam e agradeçam aos Deuses. Um dos grandes atributos desta nova série é o equilíbrio que consegue entre personagens masculinas e femininas.
Apolo x Starbuck, Adama x Lora Roslin (Presidente das 12 Colónias), Dualla e Kelly x Billy e Chefe Tyrol, Helo e Gaius Baltar x Sharon e Número Seis.
Tornou-se já claro que o conceito de humanidade e de nascimento são duas das ideias a discutir nesta série. Tal seria impossível fazer com um elenco tendencialmente masculino.
E essas últimas duas personagens serem na realidade cylons é outra das inovações essenciais. Alguns dos cylons têm agora o aspecto de humanos... e muitas vezes revelam emoções mais "humanas" que os seus opositores. Para além disso, são agora eles que parecem seguir desígnios divinos!
Estas, e outras, histórias tem dado pano para mangas. A série vai já na segunda época (com uma terceira a ser iniciada em Outubro), tem alturas mais dinâmicas e alturas mais contemplativas,
as batalhas são raras mas esplêndidas, os personagens imperfeitos... e, devido a isso, mais realistas que antes (nota especial para o novo Gaius Baltar, o paradigma da imprevisibilidade do ser humano e dos factores que a podem reger).
"Did you really expect some utopian fantasy to rise from the ashes?"
Este comentário do conselheiro Tom Zarek, um ex-recluso político radical, ao capitão Lee Adama (2ª época, episódio 14), espelha o que penso ser o espírito desta nova versão da Galactica: um exercício distópico.
E para quem (como eu!) dá importância a que a Ficção Científica tenha algo de científico, aconselho o artigo de Wil McCarthy (na coluna Lab Notes, do Science Fiction Weekly) sobre os pormenores científicos da série, aqui.
Nota final: Esta nova série é também servida por uma banda sonora acima da média, da autoria de Bear McCreary. Podem encontrar já dois volumes: o da mini-série e o da 1ª época.
1 Comments:
Bem, eu não sou do tempo da antiga Battlestar Gallactica (ou Battlestar Ponderosa, como gostam de chamar as más línguas), mas este remake só tem recebido elogios. Vi a mini-série que passou na SIC há uns meses. Achei imperfeita em certos aspectos, e penso que teria beneficiado com alguns polimentos, mas dizem que os episódios são muito melhores. De qualquer forma, gostei da premissa inicial e tenho muita pena que o remake não passe na SIC Radical. Talvez num futuro próximo, quem sabe...
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