quinta-feira, março 16, 2006

Foi você que pediu uma série de FC a sério?

Se disser que a série original da Battlestar Galactica foi um dos meus fascínios de infância, nem vale a pena dizer qual a minha idade.

É inevitável que olhe para a série original com um sorriso bem-disposto. Pelos anos que já passaram; pelo aspecto datado de cenários, guarda-roupa, dos desajeitadamente mecânicos cylons; pelo argumento linear de FC militarista.

Cerca de vinte anos depois do original, o canal SciFi lançou-se em 2003 na empreitada de relançar o conceito. Talvez por intervenção dos Deuses de Kobol, o resultado está muito longe do que se poderia esperar!

Quem tenha visto o episódio piloto da primeira época, exibido há poucos meses na SIC, terá reparado que a essência da história se manteve, mas que os personagens foram imensamente modificados.
Ok, já todos devem saber a celeuma que foi criada à volta do facto do Starbuck ser agora uma mulher. Meus caros, engulam e agradeçam aos Deuses. Um dos grandes atributos desta nova série é o equilíbrio que consegue entre personagens masculinas e femininas.
Apolo x Starbuck, Adama x Lora Roslin (Presidente das 12 Colónias), Dualla e Kelly x Billy e Chefe Tyrol, Helo e Gaius Baltar x Sharon e Número Seis.
Tornou-se já claro que o conceito de humanidade e de nascimento são duas das ideias a discutir nesta série. Tal seria impossível fazer com um elenco tendencialmente masculino.
E essas últimas duas personagens serem na realidade cylons é outra das inovações essenciais. Alguns dos cylons têm agora o aspecto de humanos... e muitas vezes revelam emoções mais "humanas" que os seus opositores. Para além disso, são agora eles que parecem seguir desígnios divinos!

Estas, e outras, histórias tem dado pano para mangas. A série vai já na segunda época (com uma terceira a ser iniciada em Outubro), tem alturas mais dinâmicas e alturas mais contemplativas,
as batalhas são raras mas esplêndidas, os personagens imperfeitos... e, devido a isso, mais realistas que antes (nota especial para o novo Gaius Baltar, o paradigma da imprevisibilidade do ser humano e dos factores que a podem reger).

"Did you really expect some utopian fantasy to rise from the ashes?"

Este comentário do conselheiro Tom Zarek, um ex-recluso político radical, ao capitão Lee Adama (2ª época, episódio 14), espelha o que penso ser o espírito desta nova versão da Galactica: um exercício distópico.

E para quem (como eu!) dá importância a que a Ficção Científica tenha algo de científico, aconselho o artigo de Wil McCarthy (na coluna Lab Notes, do Science Fiction Weekly) sobre os pormenores científicos da série, aqui.

Nota final: Esta nova série é também servida por uma banda sonora acima da média, da autoria de Bear McCreary. Podem encontrar já dois volumes: o da mini-série e o da 1ª época.

1 Comments:

At 3/18/2006 12:10 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Bem, eu não sou do tempo da antiga Battlestar Gallactica (ou Battlestar Ponderosa, como gostam de chamar as más línguas), mas este remake só tem recebido elogios. Vi a mini-série que passou na SIC há uns meses. Achei imperfeita em certos aspectos, e penso que teria beneficiado com alguns polimentos, mas dizem que os episódios são muito melhores. De qualquer forma, gostei da premissa inicial e tenho muita pena que o remake não passe na SIC Radical. Talvez num futuro próximo, quem sabe...

 

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