domingo, abril 23, 2006

O Futuro da Rádio


Fiquei a saber, através do blogue Indústrias Culturais, de Rogério Santos, dos presentes valores da audiência de rádio em Portugal: uma queda de 6,1% face ao ano anterior!

Pondo de parte o irritante pormenor de nunca ninguém me perguntar nada para estas sondagens, dei logo comigo a pensar que nunca ouvi tanta rádio como agora. Bem, como há dois meses para cá. Mas, se me viessem perguntar, o mais provável seria engrossar o número de não-ouvintes.

Ok, exagero. Quando conduzo, sou ouvinte da TSF, da MegaFM ou da BestRock. E por vezes no trabalho ouço as duas últimas e também a RFM (que me lembro de ouvir nascer, bolas!) - o que, para excepções, já começam a ser consideráveis!
(lá vai o tempo em que o "Lança-Chamas", nas tardes de sábado da Comercial, era para mim quase um acto religioso)

Mas que esses factos não estraguem o meu argumento inicial. Nos últimos dois meses, passei de ouvinte (muito) esporádico a ouvinte empenhado de rádio. Mas não das que referi atrás (que, se diga em abono da verdade, já me cansam com as suas playlists repetitivas. A sorte delas é que eu não consigo viver sem banda-sonora aos ouvidos).

O nome do milagre multiplicador das audições é... iPod.
Sendo ou não feitos de raiz para divulgação radiofónica, os podcasts são afinal programas de rádio. E para o neófito, este é já um campo de agradável exploração; seja com o browser, seja directamente através de um cliente de podcasts, como o iTunes.

No meu caso, o foco acabou por ser a Ficção Científica. Nestes dois meses tenho assistido a incontáveis horas de programação (benditos arquivos), infelizmente quase totalmente em inglês. Já tirei algumas conclusões, mantendo ou eliminando as várias assinaturas que tenho feito (para quem não conhece as vantagens do podcasting, refiro apenas esta: basta assinar, muitas vezes gratuitamente, um programa e depois os novos episódios passam a estar, ordeiramente, à distância de um botão de actualização.), e prometo que em breve começarei a dar aqui as minhas sugestões de programas.

A transmissão radiofónica tradicional está com problemas? Não me admira!
A rádio está a morrer? Olhe que não, Doutor, olhe que não...