SciFi Lx 2015
O
SciFi Lx 2015 assumiu-se como sendo o "ano zero", depois de um primeiro evento organizado no ano passado. Se essa primeira experiência tinha servido para testar a temperatura da água, desta vez a organização atirou-se literalmente de cabeça, com dois dias repletos de dezenas de actividades de múltiplas naturezas, espalhadas por três andares do Pavilhão de Civil do Instituto Superior Técnico.
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Átrio Principal do SciFi Lx |
A aposta foi claramente ganha, principalmente na enchente de sábado (e apesar da ausência de ar condicionado com que as instalações "brindaram" o evento!).
Ao aspecto atarefado do átrio principal (ilustrado acima), até aos jogos e palestras nas salas circundantes, a audiência soube corresponder da melhor forma. Foram também muitas as empresas/lojas e grupos informais que se quiseram associar ao evento. Destes últimos, quais destaco dois...
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Imaginauta, multifacetado projecto de ficção científica portuguesa |
Fica a promessa, transmitida pela organização, que o evento provavelmente voltará em 2016, maior e melhor. Até lá, convém ir seguindo a presença do
SciFi Lx nas redes sociais, já que está anunciada a disponibilização da gravação vídeo das palestras realizadas nos dois dias do evento.
Lançamento da revista BANG! #18
Revelou-se fácil a tarefa de cativar público para o lançamento da revista
BANG! #18, no passado dia 14 de Julho à noite, na FNAC Almada, pelo menos a julgar pelo auditório praticamente completo.
No palco, os editores Luís Corte-Real e Safaa Dib, e os colaboradores Bruno Caetano e Sérgio Mascarenhas. Safaa Dib apresentou em detalhe o conteúdo desta nova edição da mais longeva revista portuguesa dedicada ao Fantástico, garantindo ainda que a periodicidade será mantida no futuro próximo. Luís Corte-Real centrou-se na aposta, continuada apesar da crise, na colecção literária BANG!. Bruno Caetano, o comissário da exposição de ilustrações do evento Sustos às Sextas, que agora vê publicação na revista, relatou o processo de produção da exposição, e Sérgio Mascarenhas motivou os leitores para a prática dos jogos narrativos.
Uma (pen)última nota (pessoal - já que fui o editor da revista Bang! do nº0 ao 3), num país onde é habitual as pessoas comportarem-se como se tudo fosse sempre "a primeira vez", para agradecer ao Sérgio Mascarenhas a referência a que os RPG têm historial na revista BANG!, lembrando o artigo publicado na BANG! #2, da autoria do Rui Anselmo.
E uma última nota para agradecer a fotografia da ocasião, gentilmente cedida pelo
João Castanheira.
Sci Fi Lx 2015 a 18 e 19 de Julho
Com o passar dos anos têm surgido em Portugal vários eventos de alguma forma ligados ao género Fantástico, à Fantasia e à Ficção Científica. Do vetusto
Fantasporto à descomunal
Comic Con Portugal, passando por outros que têm demonstrado um certo grau de consistência como o
Fórum Fantástico ou o
Mensageiros das Estrelas, e ainda alguns que renascem com "nova gerência", como a
EuroSteamCon Porto, o certo é que o conjunto de escolhas vai demonstrando uma interessante capacidade de se complementar e servir de albergue para uma hoste cada vez maior de
geeks.
Entre os eventos mais recentes está o
Sci Fi Lx, uma iniciativa que se assume de forte dedicação à Ficção Científica, ocupando por um fim-de-semana o Pavilhão de Civil do IST - Institutp Superior Técnico.
Depois de um pré-lançamento no ano passado, denominado "Supermassive Warm-up Party 2014", e da organização da palestra em Lisboa do autor norte-americano David Brin, é lançado agora o Sci Fi Lx - Ano Zero, com uma lista cheia de parcerias e actividades, a merecer uma vista de olhos no
site oficial, e uma visita de 18 a 19 de Julho.
Winepunk
"Se na nossa cidade há muito quem troque o B por V, há muito pouco quem troque a liberdade pela servidão."
Almeida Garret
A chuva lavara as últimas poeiras da construção dos edifícios Beaux-Arts da Avenida dos Aliados. Nas elegantes esplanadas bebericava-se chá inglês e vinho do Porto. Na Alameda Cívica, desfilavam cavalheiros de uniforme e barões do comércio com damas pelo braço, empenhados em verem e serem vistos. Nos interstícios, o povo labutava nas suas funções, honradas mas sempre subalternas. No céu e em terra, zepelins e marchadores, movidos pela nova tecnologia do álcool, insuflavam em todos os nortenhos o orgulho patriótico devido a El-Rei, Dom Manuel II, monarca do Portugal d’aquém Mondego e da Galiza.
Ninguém previra que a Monarquia do Norte pudesse ter chegado ali, nascida há apenas três anos de um iminente fiasco que poderia ter hipotecado definitivamente as aspirações realistas. Um estado virtualmente utópico, que se obstinava perante uma República sulista que a desprezava de morte, invejosa da sua aparente harmonia social. Um triunfo da propaganda, que sobrevivia no fio-da-navalha diplomática entre a cobiça inglesa e a tentação germanófila. Um anacronismo suportado pelo engenho inovador e vontade férrea de uma elite tolerante, mas intolerada no seio do seu próprio regime. Uma sociedade que parecia ignorar que quanto mais brilhante uma chama arde, mais célere se extingue.
(anda por aí um novo projecto de história alternativa nacional que convém espreitar:
Winepunk)
Clube de Leitura Bertrand do Fantástico - 2012
Estão anunciados os livros recomendados e convidados do
Clube de Leitura Bertrand do Fantástico - Lisboa, até ao fim do ano:
- 12 de Outubro:
"
A Mulher do Viajante no Tempo", de
Audrey Niffenegger (Presença).
"
A Saga de Alex9" (Saída de Emergência), de
Bruno Martins Soares, com a presença do autor.
- 9 de Novembro:
"
Brasil", de
Ian McDonald (1001 Mundos/Gailivro/Leya)
"
A Batalha do Apocalipse" (Presença), de
Eduardo Spohr, com a presença do autor.
- 7 de Dezembro:
"
O Senhor da Luz" (Europa-América), de
Roger Zelazny.
"
Alçapão" (Quetzal), de
João Leal, com a presença do autor.
As sessões realizam-se na
Livraria Bertrand do Chiado, começam sempre às 19h, e são de entrada livre.
David Soares em spoken word
Uma das obras que mais me impressionou no género fantástico português foi a gravação de
Lisboa (2002), um épico soturno e erudito em registo
spoken word da autoria do escritor
David Soares (com mistura sonora e produção de
Fernando Matias). Uma narrativa que percorre várias épocas, centrada na figura da cidade física e mitológica, provavelmente a revelar a génese dos romances que surgiriam entre 2007 e 2010. Para além disso, da qualidade do texto e da firmeza de narração, a música de
Trevor Jones, autor da banda sonora de
Dark City, desde sempre uma das minhas favoritas, parece aqui encaixar como se feita por encomenda.
Editada numa versão de distribuição gratuita, de apenas 150 exemplares de tiragem, passou a ter maior divulgação recentemente com a colocação dos vários capítulos no youtube:
Ainda mais recente, é a utilização de semelhante formato para divulgar excertos dos romances de
David Soares, de
A Conspiração dos Antepassados (2007) até
Batalha (2011). A seguir, em constante acrescento, no
canal do autor.