quinta-feira, maio 26, 2011

Ala... triste - uma última opinião


A resposta à última diatribe do João já ia longa quando caí em mim. Mais uma vez ia longa a retorta a repor tudo o que tinha sido distorcido ou simplesmente mal-interpretado; dos vários parágrafos a admoestar-me do significado de cânone fingindo ter sido séria uma ironia que estiquei ao absurdo, até reduzir a um D. Quixote patético quem nos últimos anos produziu fanzines, editou revistas, esteve envolvido em muitos dos eventos nacionais e internacionais de género que se fizeram em Portugal, entre outras actividades.

Não estivesse o João tão sequioso de derrubar uma estratégia que vê como nefasta para o Fantástico (opinião que, como amigo dele, conheço há anos), talvez não sentisse a necessidade de gingar tanta da sua verve de causídico para dar a impressão que para mim ler Madalena Santos, George RR Martin ou Filipe Faria é igual ao litro, e produziria a mesma resenha. Mais que não fosse, tendo o João lido a minha opinião sobre o início da saga do Filipe, aconselharia a honestidade ao menos a colocar outro exemplo em terceiro lugar. Mas não, outro exemplo não teria o mesmo efeito pirotécnico, e é para isso que o João a quer.

E aqui volta a estar debaixo do holofote a falta de honestidade do João. Se ao descrever como ando a “vasculhar a profunda estrumeira”, o João pretende dizer que dou atenção a qualquer livro que tenha um conteúdo potencialmente de género, então, descontando o termo grosseiro, admito perfeitamente faze-lo. No entanto, convinha para a sua “argumentação” ficar de fora o resto, o apoio e divulgação que tenho tentado dar nestes anos aos “outros” autores; os que, segundo o João, não habitam na “estrumeira”. É que admiti-lo, levantaria a dúvida de eu ter algum padrão de qualidade, de poder achar um livro bom, ou mau, ou apenas interessante. E a tese que se queria provar era que eu não consigo diferenciar um bom de um mau autor; ou melhor ainda, que só promovo a “estrumeira”.

Por mais lisonjeado que fique pelo João parecer achar que as opiniões que emito aqui no blog são capazes de, sozinhas, derrubar os justos do Fantástico nacional, e de os lançar na “estrumeira”, temo que tal cenário apenas habite a mente do João. Mesmo assim, desejo-lhe sorte na sua cruzada de Salvação Nacional.

Por último, porque por incrível que pareça ainda não perdi o bom humor (mesmo depois de ver o Mad Max reduzido a niilismo, e a razão pela qual o citei visualmente perdida no analista que tudo vê mas afinal nada entende), não resisto a responder à troca de citações, desta vez temo que de forma algo banal…

To be or not to be: That is the question.
“Hamlet”, de William Shakespeare

Olhando para os últimos posts do João, continuo a não encontrar nestes comentários com que o João nos tem presenteado qualquer lampejo de um “crítico” competente, ou honesto. Que o João neles se continue a insinuar como tal não deixa de ser uma catacrese… como se acreditássemos que os alhos realmente têm dentes!