Um longo caminho...
Relata Roberto Mendes o estrondoso sucesso que constituiu a acção de divulgação que ele e o autor João Barreiros empreenderam na Feira do Livro de Sousel.
Iniciativas destas, descentralizadoras, podem revelar-se essenciais para a literatura fantástica nacional; dando um devido alento aos autores, e abrindo potenciais novos públicos ao género. Sem dúvida haverá actualmente uma grande curiosidade, que só beneficiará com o debate ao vivo destes temas. Não haverá porventura outra maneira de, mesmo nesta era em que se esperaria que o ubíquo acesso à net evitasse certas incorrecções, deixar de ver a literatura fantástica ser divulgadas com frases como a seguinte, retirada daqui (em que não há maneiras para contar todas as formas como ela pode estar errada):
"A propósito deste fenómeno [da literatura fantástica] que teve origem nos países nórdicos, mas que tem vindo a expandir-se em Portugal, as professoras deram ainda a conhecer alguns dos autores portugueses que se dedicaram e dedicam à escrita deste género literário, como é o caso de Júlio Verne e Filipe Faria."
*suspiro*
3 Comments:
Obrigado pelo post Rogério.
Depois de passar por esta experiência enriquecedora fiquei com a certeza de que este é um caminho que é necessário percorrer para mudar a forma como o fantástico é percepcionado pelos professores e alunos portugueses.
Só tenho pena que não tenhas podido participar, serias uma mais valia nesta palestra. Talvez numa outra oportunidade.
Estou à espera dos vídeos para colocar no correio!
Um abraço
depois de ler a "notícia" não sei se quero rir ou chorar, mas de uma coisa estou certo: se alguma vez for a Sousel, irei cheio de medo - parece que lá o pessoal da Câmara e os professores têm os miolos tão fritos que deviam ser considerados um perigo cultural público.
Nuno,
Não me parece que estas situações aconteçam apenas em Sousel, mas sim na maior parte das escolas. Realmente esta frase que o Rogério mostra e que já conhecia, é uma das piores coisas que já li. E por isso mesmo foi esta palestra tão importante, pois desta forma, todos os alunos que naquela altura foram tão mal instruídos ficaram agora a perceber realente o que é o fantástico e o que é a FC.
Sousel teve pelo menos o mérito de, num ano em que a política mudou e em que apostam mais na cultura, convidar um autor como o Barreiros (e poderiam ter sido muitos outros que certamente o efeito positivo também aconteceria) para desmistificar falsas ideias sobre o fantástico.
Quem me dera que outras câmaras\escolas o fizessem também.
É realmente desmotivante verificar o nível a que as coisas chegam com o Júlio Verne a ser tomado como autor português...mas é motivante o facto de ter sido possível corrigir todos estes pontos negativos.
Mas generalizar não é bom, existem óptimos professores (que convidei a fazer parte da mesa) e maus professores, bons e maus autarcas, como em todo o lado...
Um abraço
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